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Escândalo de caixa dois envolve família Pavan e promete contratos milionários nas prefeituras de BC e Camboriú

As acusações apontam para a participação de diversos empresários no esquema, que teriam feito os repasses em troca de promessas de futuros contratos públicos

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O ex-governador Leonel Pavan (PSD) e sua filha Juliana Pavan, candidatos às prefeituras de Camboriú e Balneário Camboriú, respectivamente, estão no centro de um escândalo envolvendo caixa dois eleitoral em troca de promessas de contratos públicos. A denúncia veio à tona após a divulgação de áudios comprometedores pela Folha de S. Paulo, que sugerem o envolvimento de empresários interessados em futuros contratos nas prefeituras das duas cidades em Santa Catarina.

Esquema de repasses em troca de contratos

A reportagem da Folha detalha como as conversas interceptadas apontam para um esquema em que Leonel Pavan teria recebido ao menos R$ 1,075 milhão de empresários, mediante a promessa de contratos de obras e serviços públicos caso ele e sua filha fossem eleitos. Glauco Piai, um lobista ligado ao PT de Itajaí e ex-assessor de Marta Suplicy em São Paulo, teria sido o intermediário das transações, muitas delas feitas por meio de transferências via Pix.

As mensagens revelam que Pavan receberia R$ 20 mil semanais, enquanto R$ 20 mil mensais seriam destinados a uma agência de comunicação envolvida na campanha de Juliana Pavan. Em uma das conversas, Pavan pergunta a Piai: “Quanto vai pra agência? E quanto na minha conta?”. As mensagens ainda sugerem que o ex-senador indicou uma chave Pix para os repasses.

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Além dos áudios, a reportagem relata que Glauco Piai chegou a ser detido pela polícia em Santa Catarina no último dia 23 de setembro, com R$ 100 mil em espécie no carro. Segundo ele, o dinheiro era destinado ao pagamento de funcionários de sua empresa, a Traccia Construtora e Incorporadora Ltda, que teria sido usada para transferir os valores aos candidatos.

Participação de empresários e promessas de contratos

As acusações apontam para a participação de diversos empresários no esquema, que teriam feito os repasses em troca de promessas de futuros contratos públicos. Entre eles está o advogado Sergio de Carvalho Gegers, da Actual Tax Brasil, que teria transferido R$ 100 mil para Piai em agosto de 2024. Outro empresário, Felipe Augusto Souza de Albuquerque, da Construtora Soberana Ltda, teria repassado R$ 300 mil a Piai, em busca de assumir pequenas obras nas prefeituras.

Em mensagens trocadas entre Piai e seus contatos, ele ainda menciona contratos envolvendo a administração de creches, a merenda escolar e até telemedicina. Um dos empresários mencionados, Valdomiro Francisco Coan, é acusado de envolvimento em esquemas de desvio de recursos da merenda em prefeituras paulistas e teria interesse em contratos de fornecimento de merenda em Camboriú e Balneário Camboriú. Segundo as mensagens, ele receberia os pagamentos em espécie, referidos como “sanduíches” em código.

Respostas de Leonel e Juliana Pavan

Após as denúncias virem à público, Leonel Pavan se pronunciou em um vídeo postado em suas redes sociais, classificando as acusações como “mentiras grosseiras”, promovidas por adversários políticos em uma tentativa de prejudicar sua campanha. Segundo ele, as investigações fazem parte de uma trama orquestrada para atingir sua honra e a candidatura de sua filha. “Os ataques são uma tentativa clara de nos derrubar com mentiras. A eleição deve ser limpa, focada em propostas, não em difamações”, afirmou Pavan.

Juliana Pavan, candidata à prefeitura de Balneário Camboriú, também negou qualquer envolvimento com irregularidades e afirmou que sua campanha é transparente. Em nota, ela lamentou os ataques contra seu pai e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos.

Nota à imprensa reforça defesa

Em uma nota distribuída à imprensa, a defesa de Leonel Pavan sustenta que os valores recebidos antes do período eleitoral estão relacionados a uma transação imobiliária privada e não têm qualquer relação com financiamento de campanha ou troca de favores. Segundo o documento, a transação foi formalizada com o devido pagamento de impostos e está em conformidade com a legislação.

A nota ainda explica que o terreno envolvido no negócio ainda não foi integralmente quitado, com parcelas futuras programadas para pagamento. Pavan reafirma seu compromisso com a legalidade e transparência, dizendo que seguirá focado em sua campanha e nos projetos propostos para Camboriú.

Juliana Pavan também reiterou sua disposição em colaborar com qualquer esclarecimento necessário, destacando que sua campanha é conduzida dentro dos parâmetros legais e éticos.

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