A liberdade de imprensa na região de Balneário Camboriú enfrenta um momento crítico. A coluna “Couro Duro”, publicada hoje por JC no Diarinho, escancara o ambiente de hostilidade vivenciado por jornalistas que se dedicam a analisar criticamente a política local. Entre os pontos destacados pelo colunista está a dificuldade de lidar com uma classe política que, em vez de aceitar críticas, busca deslegitimar o papel da imprensa por meio de ataques sistemáticos, narrativas difamatórias e pressões coordenadas.
Segundo JC, a proliferação das redes sociais criou “um tipo de político que acha que está sempre certo, que sabe e entende de tudo”. Este cenário, agravado por um público cada vez mais propenso a acreditar em fake news, mina a credibilidade dos veículos jornalísticos e abre espaço para ataques a jornalistas. O colunista relata pressões constantes e lembra que a imprensa livre tem uma função incômoda para os poderosos: contextualizar, questionar e expor erros, o que frequentemente a transforma em alvo de retaliações.
Jornalistas e Veículos na Linha de Frente
A experiência descrita por JC não é isolada. O portal Click Camboriú e seu editor-chefe, Pedro Papito, têm enfrentado desafios semelhantes, sendo alvo de ataques que vão além das redes sociais. Nos últimos tempos, as estratégias de intimidação contra o portal incluem campanhas coordenadas de difamação, judicialização de questões para promover assédio jurídico e o uso de veículos aliados para ampliar as pressões. Esse padrão, como aponta JC, reflete um esforço organizado para silenciar a imprensa independente.
Essas práticas revelam uma tentativa não apenas de calar críticas, mas de moldar uma narrativa única, onde o poder opera sem a vigilância necessária. A frase “sem imprensa livre, cala-se a verdade; sem uma imprensa livre, o poder reina sem controle” sintetiza a gravidade desse cenário.
A Democracia Depende de uma Imprensa Livre
A imprensa é, por excelência, um pilar da democracia. Em tempos de polarização extrema, ela se torna ainda mais indispensável para trazer ao público informações que transcendem as versões unilaterais apresentadas pelos detentores de poder. Como bem colocou JC, “o que é feito de bom, eles mesmos vão para as redes anunciar; já o que dá errado, é culpa da imprensa”.
Esse papel de contraponto, embora essencial, frequentemente coloca jornalistas e veículos sob fogo cruzado, em um ambiente marcado por fake news e campanhas de ódio. A intimidação jurídica e as campanhas difamatórias são estratégias que não apenas atacam indivíduos, mas buscam fragilizar todo o sistema democrático, limitando o acesso à informação de qualidade.
Um Chamado à Sociedade
Os ataques descritos por JC e vividos pelo Click Camboriú não são apenas problemas dos jornalistas; são sinais de alerta para toda a sociedade. Quando a imprensa é silenciada, todos perdem. A informação, essencial para a tomada de decisões conscientes, é substituída por ruídos e manipulações.
É fundamental que a sociedade valorize e defenda os profissionais que, mesmo sob pressão, continuam a cumprir o papel de informar, contextualizar e questionar. Sem eles, o debate público fica refém do autoritarismo.
Enquanto a democracia em Balneário Camboriú ainda resiste, é preciso lembrar que ela não sobreviverá sem a liberdade de imprensa. Afinal, como destacou JC: “Isso aqui ainda é uma democracia. Que é, aliás, outra coisa que querem acabar”. A defesa da verdade e da pluralidade depende de cada um de nós.