A morte de dois bebês no Hospital Municipal Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, acendeu um alerta para autoridades de saúde e a população local. Os casos, ocorridos recentemente, estão sendo investigados por possível relação com o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma infecção comum, mas que pode ser letal em crianças pequenas. Este vírus é uma das principais causas de hospitalização infantil no Brasil, especialmente durante o inverno, quando as infecções respiratórias agudas tendem a aumentar.
As crianças, que apresentavam inicialmente sintomas respiratórios leves, tiveram uma piora abrupta em seu quadro clínico, levando ao óbito. De acordo com uma fonte interna do hospital, uma delas chegou a realizar exames de rotina, como raio-X, que não identificaram inicialmente complicações graves. No entanto, em um segundo exame, sinais de pneumonia foram detectados, o que sugere uma evolução rápida da doença. A segunda criança foi internada com diarreia, sem sintomas respiratórios evidentes, mas também sofreu uma rápida deterioração de seu estado de saúde.
O hospital seguiu os protocolos de atendimento, e, segundo a fonte, não houve falhas nos procedimentos médicos. Exames para detectar o VSR foram realizados nas crianças, e os resultados são aguardados para confirmar ou descartar a presença do vírus. A confirmação do VSR como causa dos óbitos pode reforçar a necessidade de precauções adicionais, como a intensificação das campanhas de vacinação e conscientização.
Desde abril deste ano, o Governo do Estado de Santa Catarina decretou estado de emergência devido ao aumento dos casos de doenças respiratórias agudas, especialmente entre crianças. Esse decreto alerta as unidades de saúde para a vigilância constante e o atendimento rápido em casos suspeitos de infecções graves.
Dados recentes do Infogripe, da Fiocruz, indicam que o VSR é responsável por um número significativo de internações e óbitos em crianças pequenas, superando outras infecções respiratórias durante os meses mais frios. Entre janeiro e julho de 2024, houve um aumento notável na mortalidade infantil relacionada ao VSR, especialmente em bebês e crianças menores de cinco anos, o que coincide com o aumento de casos observados no Hospital Ruth Cardoso.
O VSR é altamente contagioso e pode causar bronquiolite e pneumonia, especialmente em crianças com sistemas imunológicos ainda em desenvolvimento. As recomendações incluem a vacinação e medidas preventivas, como higiene rigorosa e evitar aglomerações, para proteger as crianças mais vulneráveis.
O laudo final sobre a causa das mortes das crianças será emitido após a análise dos exames pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), que avaliará também os procedimentos adotados pelo hospital. A divulgação pública dos resultados dependerá da autorização das famílias envolvidas, mas o caso já gerou uma mobilização na comunidade médica e entre as autoridades de saúde para investigar possíveis falhas ou necessidades de ajustes nos protocolos de atendimento.
Ano epidemiológico 2024 – Brasil
Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 100.982 casos de SRAG, sendo 49.178 (48.7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório 38.573 (38.2%) negativos e ao menos 7.580 (7.5%) aguardando resultado laboratorial.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 19.2% são de influenza A, 0.4% de influenza B, 44.8% de vírus sincicial respiratório e 18.5% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de 21.0% de influenza A, 1.0% de influenza B, 36.8% de vírus sincicial respiratório e 10.0% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Análises com base nos dados inseridos no SIVEP-Gripe até o dia 20/07/2024.
Semana epidemiológica 29: 14/07/2024 a 20/07/2024