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Balneário Camboriú

Associação de Moradores do Bairro da Barra repudia acusações de ‘armação política’ em incidente envolvendo Pavan

Em nota, entidade afirma que a reação de moradora reflete a dor histórica vivida pela comunidade local durante a gestão de Leonel Pavan

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A Associação de Moradores do Bairro da Barra (AMBBA) emitiu uma nota oficial neste domingo (18), em defesa de uma moradora da comunidade, Sra. Camila, após o incidente ocorrido na noite de sábado (17), envolvendo o ex-prefeito de Balneário Camboriú, Leonel Pavan. O episódio gerou uma intensa troca de acusações entre Pavan e o grupo político de Peeter Grando, e agora a AMBBA se posiciona para “restabelecer a verdade dos fatos”.

De acordo com a associação, a reação de Camila, que confrontou Pavan em frente à sua casa no Bairro da Barra, foi um “grito de desabafo” de uma comunidade que sofreu com as consequências da interrupção do trabalho nas pedreiras na década de 90. Naquele período, muitos trabalhadores, conhecidos como “Broqueiros”, perderam sua única fonte de sustento após a proibição da extração de pedras, o que resultou em prisões de trabalhadores que tentaram retornar ao trabalho para alimentar suas famílias.

A nota destaca que a família de Camila, assim como muitas outras na região sul de Balneário Camboriú, enfrentou graves dificuldades após a perda dessa atividade econômica. A AMBBA afirma que o episódio envolvendo Camila não foi uma armação política, como sugerido por Pavan, mas sim uma manifestação legítima de dor e mágoa acumuladas ao longo dos anos.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A presidente da AMBBA, Áurea Loch, reforçou o compromisso da associação com os moradores e a trajetória histórica da comunidade, destacando o respeito pelas famílias que enfrentaram dificuldades durante esse período. “Nós, moradores deste bairro, não vamos aceitar que tentem desacreditar este triste período da nossa história”, afirmou Loch, em defesa da integridade da comunidade e de sua história.

O incidente, que inicialmente foi tratado como um episódio isolado de campanha eleitoral, agora se insere em um contexto mais amplo, evidenciando as feridas históricas que ainda marcam a comunidade do Bairro da Barra. A nota da AMBBA coloca em perspectiva as dores e traumas vividos pelos moradores da região, em especial os filhos dos trabalhadores das pedreiras, muitos dos quais, segundo a associação, ainda carregam cicatrizes dessa época.

Confira a nota na íntegra:

“NOTA ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO BAIRRO DA BARRA

MANIFESTO EM DEFESA DA NOSSA GENTE!

A Associação de Moradores do Bairro da Barra e as famílias dos nativos Broqueiros da Região Sul, berço histórico de Balneário Camboriú, vêm por meio desta nota restabelecer a verdade sobre os fatos envolvendo a nossa gente, os filhos dos nativos desta terra, da nossa comunidade, pessoas trabalhadoras e que amam este lugar.

Considerando os fatos noticiados pela imprensa local e tratados como uma “armação política” por aqueles que desconhecem a história, temos o dever de informar que tudo o que envolveu o episódio da prisão dos broqueiros à época, é legítimo, genuíno e verdadeiro.

A família da moradora, a Sra. Camila, uma nativa da nossa comunidade, filha de um trabalhador e chefe de família, um dos muitos que tiravam seu sustento da pedreira, é parte dessa história. Assim como ela, dezenas de famílias dependiam desse trabalho para sobreviver – os chamados Broqueiros.

Naquela época, toda a nossa comunidade sabia que esse era o único meio de renda para segurança alimentar de muitos. Quando o trabalho na pedreira foi interrompido, nossas famílias ficaram desassistidas, enfrentando diversas dificuldades, principalmente a falta de comida para suas esposas e filhos.

Nossos trabalhadores, apesar da proibição, não tiveram alternativa senão voltar ao trabalho para garantir o que comer. Infelizmente, foram presos sem qualquer apoio da gestão municipal da época, do então prefeito, Sr. Leonel Pavan.

A reação da nossa moradora ao encontrar o ex-prefeito em frente à sua casa foi, sim, um grito de desabafo, de constrangimento e de mágoa. Mágoa por ter crescido em um ambiente marcado por esse trauma, que persiste até os dias atuais, não somente dela mas de muitos outros moradores do local.

O desabafo da Camila é um grito engasgado dessas dezenas de famílias que cresceram com a triste lembrança das dificuldades enfrentadas por seus pais, que de um dia para o outro perderam seu sustento. Quem não passou por isso jamais entenderá.

Nós, moradores deste bairro, não vamos aceitar que tentem desacreditar este triste período da nossa história, fazendo crer que houve uma exploração de cunho eleitoral com a reação da Camila a presença do ex-prefeito.

Trataram nossa gente como sub-humanos, esquecendo que por trás de cada trabalhador havia uma família, filhos da nossa terra, hoje pais e mães de família, como a Camila, que sofreram a dor da humilhação e a falta de amparo da gestão municipal da época.

Finalizando, reiteramos nosso compromisso com os moradores e famílias da nossa comunidade e o respeito com a nossa trajetória histórica e cultural, em especial com esses trabalhadores, que se dedicaram trabalhando e os muitos que perderam sua vida no exercício dessa árdua função.

Áurea Loch

Presidente da AMBBA.”

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