Um servidor efetivo da Prefeitura de Balneário Camboriú afirma estar sendo alvo de perseguição política desde o início da atual gestão. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Wladimir Marcelo Verch, mais conhecido como Vavá do da comunidade, denunciou ter sido transferido de setor quatro vezes em pouco mais de três meses, mesmo estando em estágio probatório, período em que a legislação impõe restrições a esse tipo de movimentação.
As trocas sucessivas, segundo ele, aconteceram sem qualquer justificativa formal. “Assédio moral, perseguição, parece que as velhas políticas voltaram”, desabafou. Vavá iniciou o trabalho na Secretaria de Educação, foi remanejado para o Meio Ambiente, depois para o CAPS II e atualmente está lotado na UBS Pontal Norte.
Ele relata que, mesmo recebendo avaliações positivas em uma das funções que exerceu, foi removido arbitrariamente. “Mais de 200 pessoas avaliaram meu atendimento positivamente na Sala do Empreendedor, e ainda assim fui retirado de lá. Quem será responsável por avaliar meu estágio probatório? Ou será que estão tentando me forçar a pedir exoneração?”, questionou.
Além do vídeo, o servidor informou à reportagem que já ingressou com uma ação judicial contra o município, na qual solicita seu retorno ao cargo na Sala do Empreendedor por meio de um mandado de segurança.
O caso chegou ao plenário da Câmara de Vereadores nesta semana. O vereador Marcelo Achutti (MDB) cobrou explicações da Prefeitura e considerou a sequência de transferências um indício de irregularidade. “Servidor em estágio probatório não pode ser transferido quatro vezes. Isso é grave. Se há qualquer problema, que se abra um processo administrativo e se dê direito de defesa”, disse.
Achutti afirmou ainda que conhece o servidor e que a denúncia precisa ser tratada com seriedade, evitando práticas antigas de perseguição por motivos ideológicos.
Também se manifestou o vereador Mazinho Miranda (PRD), que relatou ter sido citado pelo próprio Vavá nas redes sociais. “A gestão precisa deixar as pessoas trabalharem. Política se resolve na eleição, não dentro das repartições públicas”, afirmou.
Mazinho lembrou que já esteve à frente de uma fundação municipal e que nunca misturou gestão administrativa com divergências partidárias. “Servidor concursado não pode ser punido por pensar diferente”, reforçou.