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Autor de feminicídio havia preparado emboscada para amiga da vítima, meses antes do crime

O trágico desfecho da vida de Mabel levanta questões sobre a eficácia do sistema em proteger mulheres vítimas de violência

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Após ocorrer mais um caso de feminicídio Balneário Camboriú, uma história sombria vem à tona, sugerindo que um ato hediondo poderia ter sido prevenido. Uma mulher, que optou por não revelar sua identidade, compartilhou sua terrível experiência com Maicon Vieira dos Santos, o mesmo homem que, meses depois, ceifaria a vida de Mabel Laisi Orso, de 42 anos.

Na data em que alega ter sido atacada, em 09 de novembro de 2022, a mulher foi surpreendida por uma mensagem de Maicon, insinuando que Mabel enfrentava uma emergência de saúde. Com preocupação, ela foi ao encontro deles, mas ao chegar à residência, na rua Itália, bairro das Nações, se deparou com um cenário ameaçador. A moradia estava escura e silenciosa. Maicon, com um comportamento evasivo, demorava a permitir sua entrada.

Quando finalmente adentrou a casa, percebeu imediatamente que algo estava muito errado. Ao questionar sobre Mabel, foi violentamente atacada por Maicon. Em meio ao confronto, observou instrumentos como fitas e cordas estrategicamente posicionados. “Quando eu botei o pé pra dentro do quarto, ele me deu um mata leão, e foi me arrastando, me bateu e foi me arrastando, estava me estrangulando, ai eu estava sem reação porque eu não imaginava aquilo, eu fiquei pasma. Dai eu demorei um tempo pra ver e quando eu estava quase desmaiando que eu vi que era realmente de verdade e não conseguia pedir socorro”, relatou. “Foi em um deslize dele que ele resvalou a mão na minha boca e eu consegui morder. Daí ele perdeu um pouco da força e eu consegui escapar dele”, completa.

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A mulher relata que só escapou graças a Deus e ao sino da escola que fica proxima ao local: “Aí bateu o sino da escola, eu consegui fugir, pedir socorro, corri no portão. Quando bateu o sino da escola, aí todo mundo viu, a moça do mercado do lado viu, as professoras dos meus filhos viram.” Entretanto, ao buscar ajuda, encontrou-se cercada por dúvidas e desconfiança.

A reação das autoridades foi um novo golpe. Ao buscar ajuda, ela encontrou resistência e ceticismo em vez de apoio. Apesar de ter procurado abrigo com uma vizinha e notificado a polícia, sentiu-se desvalorizada e marginalizada. Ela acredita que, se sua denúncia tivesse sido tratada com a devida seriedade, o destino de Mabel poderia ter sido diferente.

Um amigo próximo da mulher, que foi testemunha ocular do evento, confirma a versão dos fatos. Segundo ele, Maicon não era alguém impulsivo, mas sim um indivíduo com planos meticulosamente orquestrados. Esse amigo sempre teve desconfianças sobre a conduta de Maicon, suspeitando de sua natureza psicopática.

Atualmente, Maicon está sob custódia, acusado do brutal assassinato de Mabel. A investigação oficial sugere que, em um acesso de ciúmes, Mabel teria agredido Maicon. Na sequência, ele teria se apossado de uma faca que ela segurava, usando-a contra ela.

A questão que permanece é se a morte de Mabel era evitável. Os testemunhos e as evidências apresentadas apontam para um sistema que falha repetidamente em proteger suas vítimas mais vulneráveis. Esta tragédia sublinha a importância crucial de uma abordagem mais proativa e compreensiva para lidar com a violência contra as mulheres.

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