Na mesma semana em que o Hospital Municipal Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, foi alvo de críticas e mobilizou autoridades após a morte de um recém-nascido, um novo episódio envolvendo um bebê recém-nascido voltou a colocar a maternidade sob os holofotes. Na tarde de quarta-feira (30), uma bebê sofreu um corte de aproximadamente 3 cm no rosto durante um parto cesáreo.
Segundo prontuário médico, a lesão ocorreu durante a incisão uterina, atingindo a região malar direita da recém-nascida, próxima ao olho. O atendimento foi realizado sem necessidade de reanimação, e a neonatologista de plantão foi acionada. O ferimento foi tratado com curativo de hidrocoloide e o caso registrado como sem intercorrências — descrição que contrastou com a preocupação do pai da criança, que teme cicatriz permanente.
A mãe, Suellen Cristina Nordeste de Freitas, conta que está acompanhando os cuidados com a filha e que, por ora, não vê agravamento. “As enfermeiras estão fazendo os curativos e tudo está indo bem até agora”, relatou. Já o pai, Gabriel, teme possíveis marcas definitivas no rosto da filha.
O novo episódio ocorre apenas cinco dias após a morte de Ragner Ramos Leitemperger, cujo parto foi cercado de denúncias por parte da família, incluindo suspeita de negligência médica e omissão de socorro. A tragédia provocou a exoneração da diretora do hospital, o afastamento do médico envolvido e a abertura de uma sindicância.
Com dois episódios envolvendo recém-nascidos em menos de uma semana — um com desfecho fatal e outro com lesão visível —, crescem os questionamentos sobre os protocolos de segurança adotados na maternidade do Hospital Ruth Cardoso. Internamente, o clima é de desconforto entre os profissionais da unidade, que seguem sob pressão enquanto o município conduz mudanças administrativas e uma sindicância interna.