O governador Jorginho Mello (PL) oficializou nesta terça-feira (18) a troca no comando da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), em meio a uma crise política que se arrastava há semanas. Em cerimônia na Academia de Polícia Militar da Trindade (APMT), em Florianópolis, o coronel Emerson Fernandes foi nomeado novo comandante-geral da corporação, substituindo o coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, que assinou sua passagem para a reserva remunerada. O posto de subcomandante-geral passou para o coronel Jofrey Santos Silva, em substituição ao coronel Fernando José Machado.
A mudança ocorre após Pelozato se recusar a cumprir uma ordem direta de Jorginho Mello, que ba recondução do tenente-coronel Rafael Vicente ao comando do 12º Batalhão da PM (BPM) de Balneário Camboriú. A negativa foi vista como um ato de insubordinação, gerando desgaste entre a cúpula da segurança pública e o governo estadual.
A nomeação de Rafael Vicente era uma demanda de setores conservadores e aliados políticos do governador, que enxergavam no oficial um nome forte para reforçar a segurança em Balneário Camboriú. Pelozato, no entanto, alegava critérios técnicos para evitar a nomeação, o que abriu um impasse dentro da corporação.
Durante a cerimônia de posse do novo comando, Jorginho Mello evitou mencionar diretamente o conflito, mas reforçou a necessidade de alinhamento entre a PM e o governo:
“Santa Catarina é referência em segurança pública e devemos seguir avançando. Meu compromisso é garantir que a Polícia Militar tenha todo o suporte necessário para continuar protegendo a população”, declarou o governador.
O novo comandante-geral, coronel Emerson Fernandes, destacou que sua prioridade será valorizar a tropa e dar celeridade a projetos já em andamento:
“Nosso foco será modernizar a estrutura da corporação, fortalecer o policiamento e aprimorar as condições de trabalho dos militares”, afirmou Fernandes.
Nos bastidores, a mudança ainda gera desconfiança entre oficiais da PM, que temem a interferência política na escolha dos comandos regionais. O episódio também expôs o enfraquecimento da autonomia da corporação, evidenciando um embate de bastidores que pode ter novos desdobramentos nos próximos meses.