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Balneário Camboriú

Fiscais interrompem evento gospel no carnaval e caso gera polêmica em BC

Jovens alegam perseguição e publicam vídeo com denúncia; após contato da prefeita, postagem foi apagada

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Um grupo de jovens que realiza um movimento gospel de pregação e louvores em praças de Balneário Camboriú alega ter sido impedido por fiscais da prefeitura de realizar seu encontro na noite de segunda-feira (3), em pleno Carnaval. O grupo, que afirma possuir todas as permissões necessárias, costuma promover as ações na Praça Almirante Tamandaré, na Avenida Atlântica, mas decidiu mudar de local para evitar conflitos com a festa carnavalesca.

O que aconteceu

  • O movimento gospel ocorre há mais de um ano em Balneário Camboriú, geralmente na Praça Almirante Tamandaré, com suposta autorização municipal.
  • Por causa do Carnaval, o grupo optou por mudar de local, evitando se sobrepor à programação oficial e ao barulho das festividades.
  • Ao chegar à Praça Higino Pio, foram abordados por fiscais de postura, que teriam ameaçado chamar a polícia e apreender seus equipamentos.
  • Alegando “perseguição religiosa”, gravaram um vídeo e compartilharam nas redes, denunciando a ação do poder público.
  • Os jovens foram deslocados para a Praça da Bíblia, onde conseguiram realizar a pregação longe do tumulto e do som alto no Centro, encerrando o movimento sem novas notificações.
  • Após o deslocamento, o vídeo foi removido das redes do grupo. Eles afirmaram que foi um “caso isolado” de um único servidor, negando envolvimento direto da prefeita.
  • Nenhum esclarecimento foi prestado pela Secretaria de Comunicação ou pela chefe do Executivo, apesar dos pedidos da imprensa.

Impedimento e ameaças

Na noite de segunda-feira (3), em plena celebração de Carnaval, o grupo gospel que já atua há mais de um ano em Balneário Camboriú afirma ter enfrentado seu pior obstáculo desde o início do movimento evangelístico. De acordo com eles, tudo ocorreu quando decidiram se reunir na Praça Higino Pio, para fugir do som alto e do fluxo maior de pessoas que tomava conta da Praça Tamandaré onde originalmente o evento acontece. Embora possuíssem, segundo seu relato, “todas as permissões” e “boa vontade de fazer o bem para a sociedade”, a equipe foi surpreendida por fiscais de postura do município, que teriam imposto “fortes ameaças” e exigido a imediata suspensão da atividade.

O relato consta em um vídeo que o grupo chegou a publicar nas redes sociais, mas que acabou sendo removido horas depois, ao receberem contato da prefeita local. Antes da exclusão, porém, o conteúdo foi espalhado pela internet, e nele um dos integrantes faz diversas declarações que, segundo o grupo, evidenciam a “perseguição” que estariam sofrendo por parte do poder público. Em um momento, o participante diz:

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“Hoje nós fomos impedidos sobre fortes ameaças por parte da prefeitura que nos impediu de realizar o nosso movimento aqui na Praça Engenho Pio. (…) A prefeitura estava nos esperando para nos impedir de realizar esse movimento e a pergunta é por que não impediu o som nos outros locais? Porque somente com o movimento evangelístico isso é proibido.”

Essa declaração ressalta que a cidade “está um barulho para todos os lados” devido aos festejos carnavalescos, mas apenas a pregação religiosa recebeu determinação de ser interrompida.

No mesmo vídeo, o integrante descreve a forma como a abordagem aconteceu:

“A Prefeitura veio aqui e com palavras bonitas disse, se vocês fizerem o movimento nesse lugar, a polícia virá, aprenderá todos os materiais de vocês e expulsá-los, e ainda por cima, o Ministério [Público] irá cair em cima de vocês. […] Todos estão em todos os lugares — da praça, da cidade inteira — fazendo eventos. E nós, que falamos de Jesus, não podemos.”

De acordo com o grupo, as autoridades municipais mencionaram até mesmo a possibilidade de sofrerem sanções legais mais graves, envolvendo órgãos de fiscalização superiores, caso insistissem em continuar com o louvor e a pregação. Eles também alegam que, para evitar conflito com qualquer banda oficial ou show de Carnaval, haviam propositalmente escolhido uma praça secundária, distante do palco principal das festas, justamente para “não concorrer com o som” e “fazer tudo em paz”. Ainda assim, foram surpreendidos pela proibição.

Em outro trecho, o discurso do integrante ganha tom de apelo, pedindo ampla divulgação:

“Eu peço que você compartilhe esse vídeo aqui ao máximo e deixa todo mundo saber da perseguição que a Prefeitura está fazendo com a pregação do Evangelho em Balneário Camboriú.”

Nesse ponto, fica evidente que o grupo interpreta o episódio como um ato de perseguição religiosa, tendo em vista que enxergam um tratamento desigual em relação aos demais eventos do Carnaval:

“(…) hoje, Carnaval, resolveram ceder aquele local para uma outra banda, sabe-se lá do quê, e a gente, para não incomodar, resolvemos vir para cá, um local separado, para não concorrer com o som, para fazer tudo em paz, um movimento de apenas uma hora, com um objetivo, falar de Jesus, qual é o problema da nossa sociedade aceitar a pregação do Evangelho?”

Segundo os depoimentos, ao contrário de todos os outros shows, trios elétricos e concentrações festivas autorizadas na cidade, o grupo foi explicitamente avisado de que sua permanência naquela praça culminaria na chegada da polícia, apreensão dos equipamentos e expulsão dos fiéis que insistissem em continuar tocando e cantando. Em nenhum momento, eles se recusaram a apresentar documentação. Pelo contrário, enfatizam ter “alvará, com tudo bonito” para realizar o movimento na orla.

Ao final da gravação, o integrante do grupo mostra as pessoas reunidas ao redor, recolhendo instrumentos e caixas de som, e diz que uma equipe estaria indo de moto verificar se a Praça Almirante Tamandaré ou mesmo a Praça da Bíblia estariam disponíveis para recebê-los. Por fim, classifica a atitude municipal como “a Prefeitura, uma vez mais, atrapalhando a pregação do Evangelho.”

A questão principal, para eles, é o tratamento diferenciado. Afinal, enquanto diversos shows e manifestações culturais ou festivas estariam oficialmente liberados em Balneário Camboriú, um simples “movimento voluntário 100% evangelístico”, com duração de cerca de uma hora, receberia impedimento severo. O grupo entende que essa situação reforça uma lógica de “perseguição que a Prefeitura está fazendo com a pregação do Evangelho em Balneário Camboriú”, constituindo um grave desrespeito à liberdade religiosa e ao livre exercício de culto, principalmente por ocorrer sem maiores esclarecimentos sobre fundamentos legais ou irregularidades no evento.

Vídeo removido após “gesto de boa vontade”

Pouco depois da postagem, o grupo apagou o conteúdo de suas redes sociais. Conforme explicam, a prefeita Juliana Pavan teria entrado em contato e se disponibilizado a conversar para solucionar o problema, marcando uma reunião com o grupo para a próxima quarta-feira, 05. De acordo com os integrantes, esse gesto de boa vontade por parte da prefeita motivou a remoção do vídeo.

Entretanto, o material já havia sido replicado por páginas locais, como o Camboriú News. Nos comentários, membros do grupo gospel passaram a enfatizar que se trataria de um “caso isolado” e que a prefeita não teria ligação com o ocorrido. Um deles escreveu:

“Faço parte do movimento e queremos deixar claro que essa situação foi um caso isolado, causado por um servidor público, sem qualquer envolvimento da prefeita. Tenho muito respeito por ela, e já estamos em contato para esclarecer tudo.”

Porém, há um equívoco na alegação sobre o servidor público não ter vínculo com a prefeita, pois o corpo de fiscais é subordinado diretamente aos órgãos municipais competentes.

Falta de resposta oficial

Para esclarecer a situação, a reportagem pediu informações à Secretaria de Comunicação de Balneário Camboriú, enviando questionamentos para pelo menos três pessoas ligadas à pasta, mas não obteve retorno. A prefeita Juliana Pavan comentou publicamente, por meio das redes sociais, que “jamais proibiria” a ação, mas não atendeu aos pedidos de esclarecimentos.

Evento transferido à Praça da Bíblia

Depois do impasse e das ameaças registradas em vídeo, o grupo precisou deixar a praça Higino Pio. O encontro seguiu na Praça da Bíblia, onde, segundo os organizadores, ocorreu “sem maiores problemas” e durou cerca de uma hora, como de costume.

Até o momento, não há esclarecimento público sobre os motivos que levaram à proibição específica do evento gospel, tampouco um posicionamento oficial sobre a eventual existência — ou não — de autorização válida para uso da Praça Higino Pio em dia de Carnaval. Também não se sabe que tipo de sanção (se houver) poderia recair sobre o grupo caso tivessem insistido no local originalmente pretendido.

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