Nos últimos dias 30 e 31 o Camboriú News divulgou em suas redes sociais a ocorrência de encalhe de dois golfinhos na Praia Central de Balneário Camboriú. As ocorrências foram registradas pela equipe da Univali – Unidade Penha por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
Ambos os mamíferos estavam em estágio de decomposição, mas foram avaliados pela equipe técnica devido à ocorrência incomum no trecho de praias monitorado pela Univali.
O primeiro cetáceo foi encontrado no sábado (30) durante o monitoramento regular. A coleta de dados biométricos e avaliações externas permitiram confirmar que o golfinho era da espécie boto-cinza (Sotalia guianensis). O animal media 168 centímetros de comprimento total.
A carcaça estava em estágio avançado de decomposição, fator que dificulta a identificação de causa de morte e condição de saúde por meio da avaliação das vísceras. Apesar disso foram coletadas amostras biológicas para exame de DNA.
Esse é o 10º registro de boto-cinza em cinco anos de monitoramento realizado pela Univali – Unidade Penha na extensão litorânea de Barra Velha à Governador Celso Ramos, no litoral Centro-Norte catarinense. O boto-cinza é uma espécie costeira com hábitos associados às áreas com manguezais. Pode ser avistado sozinho ou em grupos em regiões estuarinas.
É uma espécie que se distribui da América Central até Florianópolis. Em Santa Catarina é comum avistar o boto-cinza na Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul. De acordo com o biólogo, pesquisador e coordenador do PMP-BS Área SC/PR, professor André Barreto, há também uma população residente na área próxima à Baía Norte, em Floripa.
No domingo (31), outro cetáceo foi encontrado no mesmo trecho de praia. O estágio de decomposição da carcaça era ainda mais avançado, o que impediu a confirmação da espécie por meio das observações externas. Pode se tratar da mesma espécie segundo o exame de dentição, mas devido às condições da carcaça foram coletadas amostras de DNA para exames complementares.
Sempre que avistar mamíferos, aves ou tartarugas marinhas na faixa de areia acione as equipes do PMP-BS pelo telefone 0800 642 3341. Mesmo quando o animal está morto há chance de coleta de inúmeras informações a partir do encalhe, principalmente observações que podem apontar as causas de morte.
O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Univali monitora o Trecho 4, compreendido entre Barra Velha e Governador Celso Ramos (SC).