A Praia Central de Balneário Camboriú recebeu a visita de um grande grupo de golfinhos na tarde desta quinta-feira (29). Em atividade de rotina, a fiscalização da Secretaria do Meio Ambiente (Semam) avistou mais de 50 golfinhos no mar, na altura da rua 3500.
Especialistas, que viram os animais por meio de um vídeo feito durante fiscalização, identificaram esses mamíferos como sendo da espécie de nome científico Stenella frontalis, conhecida popularmente como golfinho-pintado-do-Atlântico.
De acordo com o professor doutor da Escola do Mar, Ciência e Tecnologia da Univali, André Barreto, essa espécie costuma utilizar áreas um pouco mais afastadas, no meio da plataforma continental.
“É relativamente comum, mas não costuma vir para regiões rasas, perto das praias. Na semana passada, houve um registro de um grupo grande, parecido com esse, mas na Praia Brava. É possível que seja o mesmo, que está explorando a área e se alimentando dos peixes da região”, explica Barreto, que também é coordenador-geral do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), responsável pelos estados de Santa Catarina e Paraná. Segundo o professor, o golfinho-pintado-do-Atlântico é encontrado em boa parte da costa brasileira, mas é mais comum nas áreas mais quentes. A espécie costuma formar grupos grandes.
Redes de pesca ilegais são ameaças
O objetivo da fiscalização era localizar redes de pesca clandestinas. Mas nenhum petrecho ilegal foi encontrado. Os animais, aparentemente, estavam sem lesões. Redes clandestinas podem causar a morte de golfinhos e baleias, uma vez que esses animais correm o risco de ficarem presos. Desde 1º de maio, quando começou a temporada de pesca da tainha, foram apreendidas 50 redes de pesca ilegais em Balneário Camboriú.
O uso de petrechos não permitidos sujeita o pescador à pena de detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente, de acordo com o artigo 34 da lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.
A Semam também orienta que motores de barcos sejam desligados quando os animais se aproximarem das embarcações. “Os golfinhos chegam perto de embarcações. Então, é preciso desligar os motores para não incomodá-los. As embarcações também não podem persegui-los, isso é crime ambiental”, diz a secretária do Meio Ambiente, Maria Heloisa Furtado Lenzi.