Na madrugada desta quarta-feira, um trágico desfecho marcou a intervenção policial em Balneário Camboriú. Walisson José Vieira, um homem de 29 anos, foi o protagonista de um confronto fatal com a Polícia Militar na Rua José Cesário Pereira, localizada no bairro Nova Esperança. O incidente teve início por volta das 23h, quando uma denúncia de violência doméstica mobilizou as autoridades.
Segundo a PM, a guarnição foi acionada por volta das 23h para atender uma ocorrência de violência doméstica. A ex-companheira de Walisson, de 56 anos, relatou à PM que ele estava em frente à sua residência em um estado alterado e agressivo, ameaçando-a de morte com uma faca. Além disso, jogava pedras contra a casa e a xingava com palavras de baixo calão.
A vítima relatou que o relacionamento com Walisson era marcado por violência e que, desde o término há uma semana, ele a perseguia constantemente. Os dois filhos da vítima, enteados de Walisson, também presenciaram as agressões e as ameaças de morte. Um deles foi atingido por uma pedra na perna durante o ataque.
A ocorrência foi reforçada por mais 12 ligações para o 190, todas relatando a violência em curso e o risco iminente à vida da vítima e seus familiares. Ao chegar ao local, a equipe policial se deparou com Walisson em meio à rua. Ele encontrava-se visivelmente alterado, possivelmente sob o efeito de substâncias entorpecentes, e armado com o que testemunhas acreditavam ser uma faca. A tentativa inicial da polícia de abordá-lo pacificamente foi ineficaz, levando a uma escalada rápida e violenta do confronto.
Walisson, com um histórico de passagens pela polícia por crimes como roubo, porte ilegal de arma e tráfico de drogas, ignorou as ordens de parada e se evadiu a pé, pulando uma cerca de arame farpado e adentrando um terreno com um barranco íngreme.
Diante da resistência e do comportamento ameaçador de Walisson, a PM utilizou, em sequência, os seguintes métodos para tentar contê-lo:
- Verbalização: A equipe tentou acalmar Walisson e convencê-lo a se entregar pacificamente, mas ele não acatou as ordens.
- Armas Não Letais: Disparos de elastômero foram efetuados, mas não obtiveram efeito em deter a agressão.
Walisson revidou a ação da PM atirando pedras e pedaços de madeira contra os policiais, colocando em risco a vida dos agentes e de outras pessoas presentes no local.
Os policiais, encontrando-se em desvantagem tática devido ao terreno íngreme e à agressão contínua, viram-se obrigados a empregar armamento letal em legítima defesa, após tentativas falhas de uso de munição de elastômero.
Apesar dos esforços para conter Walisson com métodos não letais, e posteriormente com disparos na perna, sua agitação e tentativas de ataque persistiram até que medidas mais drásticas fossem tomadas, resultando em seu óbito, confirmado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à 00h08.
O comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar, Tenente Coronel Eder Jaciel, destacou que os policiais agiram dentro da lei e com o objetivo de proteger as vítimas e a si próprios.
“Os policiais não podem deixar de cumprir sua missão, sob pena de crime, portanto, tinham de efetuar a prisão do autor, pois ele estava convicto em atacar a vítima e seus parentes, e os polícias, mesmo com o risco da sua integridade física e vida, simplesmente não poderiam deixar o local, pois, como já demonstrado, o autor não parava seu intento por nada, sendo obviamente necessário contê-lo, e ainda este investiu mesmo contra agentes públicos armados, mesmo depois do uso de equipamentos menos letais”, justificou.