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Opinião: o fantasma da manipulação eleitoral volta a rondar

Credibilidade do instituto Tendência é questionada, e até mesmo a própria Juliana Pavan deve desconfiar dos números apresentados, relembrando o fiasco de 2016

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Nesta terça-feira (24), mais uma vez, fomos bombardeados com um release da campanha de Juliana Pavan (PSD), exaltando os resultados de uma nova pesquisa do Instituto Tendência, que coloca a candidata com “liderança absoluta” na corrida pela Prefeitura de Balneário Camboriú. Segundo os dados, Juliana teria 47% das intenções de voto, enquanto Peeter Lee (PL) estaria bem atrás com 24%. A pesquisa, encomendada pela Rádio Mix 102,3 FM e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi divulgada como uma prova irrefutável do apoio popular à candidata. Mas será que essa pesquisa merece crédito?

Antes de qualquer comemoração, vale lembrar o histórico duvidoso do Instituto Tendência. Não é a primeira vez que a empresa, agora com outro CNPJ, aparece no cenário eleitoral com previsões que parecem mais uma peça de marketing do que um reflexo da realidade. A memória curta pode fazer muitos esquecerem, mas em 2016, esse mesmo instituto divulgou uma pesquisa nas vésperas das eleições que colocava Leonel Pavan, pai de Juliana, à frente de Fabrício Oliveira. A diferença, no entanto, não resistiu à verdade das urnas: Fabrício venceu com uma vantagem de 15% e mais de 10 mil votos de diferença. Um erro grotesco e que comprometeu completamente a credibilidade do instituto.

Se Juliana Pavan aprendeu algo com a campanha do pai, sabe que confiar cegamente na Tendência pode ser um erro. A tentativa de manipular o imaginário coletivo com resultados que não se refletem nas urnas parece estar de volta em 2024, com uma estratégia clara de gerar o chamado “efeito manada”, fazendo os eleitores acreditarem que a vitória é certa e tentando impulsionar o voto útil.

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O que temos aqui é mais uma cortina de fumaça. Juliana Pavan aparece nas pesquisas da Tendência com uma vantagem esmagadora e baixíssima rejeição, números que, em teoria, a colocam com um pé na cadeira de prefeita. Contudo, é preciso refletir: até mesmo a candidata sabe que o histórico do instituto não é confiável. Será que esses dados estão de fato corretos ou são apenas mais uma tentativa de enganar os eleitores menos atentos?

Enquanto isso, as pesquisas da DNA, instituto que já teve sua reputação injustamente atacada pela campanha de Pavan e seus aliados, vêm mostrando um cenário muito mais apertado, com uma vantagem bem menor para Juliana. A DNA é o único instituto cujos resultados destoam dessa narrativa de “liderança absoluta”, e, curiosamente, são justamente essas pesquisas que estão sendo alvo de tentativas de impugnação e ataques difamatórios.

A estratégia é clara: apresentar resultados exagerados, criar uma sensação de inevitabilidade em torno da candidatura de Juliana Pavan e, assim, atrair o voto dos eleitores indecisos. Com esse “magnetismo eleitoral”, a ideia é construir a narrativa de que sua vitória é certa, tentando enfraquecer a candidatura de Peeter Lee e garantir que eleitores indecisos migrem para o lado de quem parece estar na liderança.

No entanto, a história recente nos ensina a desconfiar desses números. Juliana, mais do que ninguém, deveria lembrar do erro de 2016, quando seu próprio pai foi vítima de uma estratégia similar que falhou miseravelmente. Será que a candidata realmente acredita nos números divulgados? Ou apenas usa essa pesquisa como uma ferramenta de campanha, ciente de que a realidade pode ser bem diferente no dia da eleição?

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