A reta final das eleições municipais em Balneário Camboriú foi marcada por conflitos físicos entre grupos políticos nesta quinta-feira, 03 de outubro, gerando tensões na cidade.
A coligação do PSD, liderada por Juliana Pavan, foi às ruas para recolher, por conta própria, folhetos que faziam referência a uma reportagem da Folha de S. Paulo sobre um suposto escândalo envolvendo Leonel Pavan, além de denúncias de caixa dois nas campanhas eleitorais em Balneário Camboriú e Camboriú. Naquele momento, a distribuição do material ainda não havia sido proibida pela Justiça Eleitoral, já que o pedido de liminar feito pela coligação “Juntos por toda Balneário Camboriú” não havia sido atendido. Por essa razão, as forças de segurança não atuaram para interromper a distribuição dos panfletos.
Logo nas primeiras horas da manhã, Nilson Probst, candidato a vice-prefeito pela chapa de Juliana Pavan, foi filmado tomando um maço de panfletos das mãos de panfleteiras que atuavam em um semáforo na Quarta Avenida. Posteriormente, a própria candidata Juliana Pavan divulgou em suas redes sociais um vídeo no qual abordava e intimidava uma senhora que distribuía os folhetos na Quinta Avenida, no bairro dos Municípios. No vídeo, Juliana segura um dos panfletos e, ao lado da trabalhadora, dirige-se à câmera: “Olha o tipo de campanha nojenta e suja que estão fazendo aqui na rua”. A idosa tenta recuperar o folheto, mas Juliana continua filmando e expondo a panfleteira. Em seguida, um homem se aproxima da senhora, e Nilson Probst, apontando o dedo para ele, repete diversas vezes: “não se atravessa”.
Durante a tarde, apoiadores do PSD voltaram a confrontar panfleteiros na Quinta Avenida. Um cabo eleitoral foi flagrado arrancando um maço de panfletos das mãos de uma senhora, enquanto outros dois apoiadores tomaram o celular da mesma mulher. A ação foi marcada pela violência, e o grupo de panfleteiras, que trabalhava distribuindo o material, foi intimidado.
Diante dos acontecimentos, a coligação “Pra BC Seguir Avançando”, liderada por Peeter Grando, divulgou uma nota oficial condenando os atos de violência.
Nota na íntegra:
“Na manhã desta quinta-feira (03), a equipe de rua da coligação ‘Pra BC Seguir Avançando’ foi alvo de agressões em vários pontos de Balneário Camboriú. Os agressores tentaram arrancar materiais de campanha e recorreram à violência física, desferindo socos e chutes contra os integrantes da equipe. Homens e mulheres que compunham o grupo registraram boletins de ocorrência e tomarão medidas judiciais contra os responsáveis.
Peeter Grando, candidato a prefeito, repudiou a violência. ‘Todo ato de violência durante o período eleitoral é inaceitável. Vamos oferecer todo o suporte jurídico e emocional necessário para essas pessoas, que estavam apenas exercendo seu trabalho e mostrando a verdade nas ruas. Sabemos quem são os apoiadores desses agressores. É lamentável que, embora a candidata deles peça equilíbrio e serenidade, seus seguidores não sigam o mesmo exemplo’, afirmou Peeter.”
No final da tarde, a Justiça Eleitoral determinou a suspensão imediata da distribuição dos panfletos da coligação “Pra BC Seguir Avançando”. Em cumprimento à decisão, as forças de segurança foram mobilizadas para recolher os materiais e, se necessário, conduzir os envolvidos na distribuição.
Até o fechamento desta reportagem, as forças de segurança não haviam reportado novas ocorrências.
A coligação “Juntos por toda Balneário Camboriú”, por sua vez, celebrou a decisão judicial e também divulgou uma nota oficial sobre o caso.
Nota na íntegra:
“O juiz Rodrigo Coelho Rodrigues, da 056ª Zona Eleitoral de Balneário Camboriú, determinou a suspensão imediata da distribuição de panfletos da coligação ‘Pra BC Seguir Avançando’, liderada por Peeter Lee Grando (PL). A decisão foi motivada por uma denúncia da candidata Juliana Pavan (PSD), da coligação ‘Juntos por toda Balneário Camboriú’, que acusou o material de propaganda de simular uma reportagem jornalística para prejudicar sua candidatura.
O material imitava o layout do jornal Folha de S. Paulo, suprimindo o direito de resposta de Juliana, alterando o título da matéria e confundindo os eleitores ao apresentar informações distorcidas. O juiz concluiu que a prática violava o direito à informação clara e isenta, ferindo o Código Eleitoral. Como resultado, determinou a suspensão da distribuição, com multa diária de R$ 50.000,00 em caso de descumprimento.
Além da suspensão, o juiz Rodrigo Coelho Rodrigues ordenou a busca e apreensão dos materiais impressos, autorizando o uso de força policial, se necessário.
Juliana Pavan celebrou a decisão e destacou a importância da transparência nas eleições: ‘Essa vitória não é apenas minha, mas de todos os eleitores de Balneário Camboriú. A verdade deve prevalecer, e não podemos permitir que práticas criminosas influenciem a escolha dos cidadãos’, finalizou.”