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Pintura artística do viaduto da Avenida do Estado é danificada

Iniciada em 10 de janeiro de 2024, a pintura artística que está em produção no viaduto da Avenida do Estado, já foi danificada três vezes em fevereiro

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Iniciada em 10 de janeiro de 2024, uma pintura artística que está em produção no viaduto da Avenida do Estado, que dá acesso a Balneário Camboriú, foi danificada três vezes em fevereiro. No dia 19, garrafas de vidro com tinta foram jogadas contra a obra de arte e, além de depredá-la, colocaram em risco a vida de motoristas e pedestres.

Nesta terça-feira (20), a Fundação Cultural registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil como dando contra o patrimônio público, e o caso será investigado.

A pintura artística do viaduto retrata a saíra-bico-fino (ave-símbolo da cidade) e foi contratada pela Fundação Cultural, por meio do Edital nº 009/2023, que credencia prestadores de serviços artísticos culturais para o município. A intenção com a pintura é cuidar de um espaço urbano que é passagem de moradores, trabalhadores das cidades vizinhas e turistas. O trabalho é executado pela Open Street Gallery, movimento de arte urbana independente, e tem estimativa de conclusão para daqui duas ou três semanas.

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Por quase 20 anos, o viaduto esteve decorado com pinturas de escotilhas feitas pelo artista visual Rodrigo Hulsmann. Para a revitalização do local, foi preciso um processo de limpeza e preparação, iniciado em 21 de dezembro de 2023. Nesse processo, foi retirada das paredes quase uma tonelada de camadas de tinta e sujeira. Após, as paredes receberam primer, produto que preparou a superfície para a nova intervenção artística.

Balneário Camboriú se consolida cada vez mais como uma cidade criativa, com territórios da arte não restritos aos espaços convencionais, mas espalhados para contemplação no cotidiano urbano, como nas ruas, viadutos e becos. De acordo com a Fundação Cultural, é nesses espaços de passagem, em que o cinza deu lugar à apreciação, ao encantamento e até mesmo ao questionamento, que o público tem acesso a conteúdos estéticos gratuitamente, mudando sua relação com o ambiente.

“O ato representa uma tentativa de silenciar a arte e negar o direito da população à beleza e difusão cultural. A obra em questão busca justamente transformar um local frio e acinzentado em um espaço vibrante e acolhedor, oferecendo um ambiente inspirador e que cabe à interpretação dos milhares de estudantes, trabalhadores, moradores e visitantes que ali circulam diariamente. A arte em espaço público é fundamental para a construção de cidades mais gentis e próximas das pessoas. Ela contribui para a diminuição da sensação de insegurança, promove a integração social e o senso de pertencimento, além de estimular a criatividade e a reflexão. O ato ocorrido com a obra é um reflexo da visão antiquada, imatura e egoísta de que os espaços públicos e abertos não pertencem a ninguém e, por isso, não precisam ser cuidados”, destaca nota da diretoria da Open Street Gallery.

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