O Prefeito Fabrício Oliveira, em conjunto com setores da sociedade civil organizada, protocolizou questionamentos ao edital de licitação do Centro de Eventos de Balneário Camboriú apresentado pelo Governo do Estado em audiência pública realizada dias atrás, e encaminhou ofício ao Governador Carlos Moisés. O documento, se fundamenta em aspectos jurídicos e econômicos, e chama atenção para ausência de pontos que são importantes para o município, como preservar datas do calendário oficial do município e o retorno de valores arrecadados pela exploração para a cidade.
“Balneário Camboriú com muito esforço contribuiu em torno de 20% do custo da obra, pouco menos do que o Governo do Estado e não ficará com nenhuma parte dos recursos arrecadados com a exploração, apenas o Estado. Nosso calendário oficial deve ser somado aos eventos e não correr o risco de competir com os eventos do Centro, isso é uma demanda do segmento de turismo da cidade. O Centro de Eventos é um sonho da nossa gente, nossa cidade aportou recursos quando faltaram do governo do Estado e a obra corria o risco de ser paralisada, foram recursos que poderiam ter ido para saúde, segurança, educação, turismo e vieram para concretizar essa demanda da cidade e da nossa região que vive da cadeia do turismo, com muito esforço de todos”, pontuou o prefeito.
Outro ponto levantado é que houve uma mudança do edital que estava desenhado anteriormente, e isso é muito preocupante segundo o prefeito. “Foi reduzido o tempo de concessão e aumentaram os valores de outorga e %, isso é contraproducente nos tempos de hoje, vai espantar interessados em explorar, não podemos correr esse risco, precisamos atrair interessados e não criar custos e espantar, corremos o risco de ninguém aparecer por conta de um alto investimento, o Governo do Estado precisa alterar e rápido, não podemos mais esperar para lançar o edital, eu não vou permitir que isso vire um galpão”, diz Fabrício.
Empresas do mercado consultadas, alegam que o Governo do Estado está equivocado no modelo proposto, aumentando o valor de outorga, o% sobre os eventos, as obras complementares faltantes e diminuindo o tempo da concessão, com tudo isso nenhum grupo vai ter interesse, o custo e tempo de retorno serão quase 15 anos trabalhando apenas para retirar o investimento, será inviável. Custo alto que será repassado para o evento e pessoas que ficarão menos tempo na cidade, gastarão menos no comércio, no lazer, em restaurantes e no entretenimento, é um tiro no pé.
Não é a primeira vez que o prefeito Fabrício enfrenta o tema, no ano passado ele não foi ao evento de inauguração do Centro de Eventos promovido pelo Governo do Estado. “Era um faz de conta, para jogar pra torcida, coisa de gente irresponsável. Não participo dessa enganação”, sublinhou.