A repercussão da denúncia sobre um suposto falso médico estar atuando em ações do coronavírus em Balneário Camboriú, trouxe à redação do Camboriú News novas informações, que colocam em cheque o trabalho que ele estaria realizando.
A denúncia foi levada à tribuna da tribuna da sessão ordinária na Câmara de Vereadores da última terça-feira (07) pelo vereador Nilson Probst (MDB), que apontou que o “falso médico” estaria trabalhando no atendimento da covid-19, consultando e emitindo receitas sem ter a devida formação acadêmica.
A secretária de desenvolvimento e inclusão social, Christina Barichelo, logo se manifestou explicando que Jonathan Henrique da Rosa Reyes foi recrutado como estagiário para ajudar nas ações de distribuição de máscara, conscientização sobre a necessidade do distanciamento e para atuar no atendimento de um abrigo, instalado provisoriamente para pessoas em situação de rua no Bairro das Nações.
Segundo a secretária, Jonathan não foi absorvido para o exercício ilegal da medicina e não há informação de que ele tenha mantido essa conduta ou feita alguma prescrição, pois estaria sendo acompanhado por profissionais da assistência social e da saúde.
Estagiário de Marketing
Segundo Jonathan, que se manifestou em uma nota de esclarecimento, repudiando a denúncia do vereador, ele exerceu a função de voluntário entre 22/03 e 22/05. O que ninguém explica é por que seu nome consta no portal da transparência como estagiário de marketing, contratado na data de 21/05/2020, já que pelo documento apresentado à prefeitura, Jonathan estaria cursando o primeiro ano de medicina na Universidade Privada Maria Serrana, no Paraguai.
Colocava estagiárias para vender máscaras
Após a repercussão do caso, uma ex-estagiária da Casa da Mulher procurou o Camboriú News para fazer uma denúncia contra o voluntário. A estudante do curso técnico em enfermagem conta que Jonathan se apresentava como médico para as estagiárias que ele coordenava e para o público durante as ações realizadas. “Ele tinha muita lábia com tudo mundo”, revela. A estudante relata que chegou a presenciar o “doutor” prometendo atestado médico para um rapaz que morava no mesmo prédio que ele.
A voluntária expôs que, no início, quando havia supervisão do CRAS, ele coordenava ações pelas ruas onde as máscaras disponibilizadas pela prefeitura eram distribuídas para a população, com um porém: não podiam ser doadas para moradores de rua. Quando os grupos foram divididos, ela ficou em um grupo supervisionado apenas por Jonathan, que passou a “quase obrigar” as voluntárias da prefeitura a realizarem a venda das máscaras, dizendo que parte do lucro arrecadado com as vendas seriam distribuídos para a “ONG Renascer”, que ele alega ser o proprietário, e o restante do lucro seria dividido para outra instituição e para a própria Casa da Mulher e do Voluntário de Balneário Camboriú.
Em uma embalagem da ONG Renascer, as máscaras passaram a ser vendidas, 3 por R$5,00, ou trocadas por alimentos, mas a prioridade era o dinheiro. Ele colocava meta de venda e não participava das ações, alegando compromissos no Hospital Ruth Cardoso. Jonathan afirmava para as estagiárias que parte do dinheiro arrecadado e dos alimentos seriam levados para a Casa das Anas e que elas iriam junto para conhecer o lugar, fato que nunca aconteceu. A voluntária diz que se sente enganada e resolveu relatar o fato para que a história seja esclarecida.
O Camboriú News entrou em contato com a Casa das Anas, que é um abrigo que oferece acolhimento institucional para mulheres em situação de violência. Questionados se vendiam máscaras, a instituição afirmou que sim. Porém, a venda nunca foi feita em conjunto com a inclusão social de Balneário Camboriú, tampouco fizeram parcerias com Jonathan ou receberam qualquer doação da parte dele ou da ONG Renascer. A instituição informou que após ter conhecimento do ocorrido irá registrar um boletim de ocorrência.
Tentamos confirmar se a Casa da Mulher e do Voluntário realiza a venda de máscaras, mas não tivemos retorno.
Eita! Só piora…