Na sexta-feira, 15 de novembro, feriado nacional, uma vendedora foi detida pela Guarda Municipal enquanto trabalhava na praia. Em um vídeo gravado enquanto estava algemada na delegacia, ela relatou sua experiência de forma descontraída, embora o episódio tenha deixado marcas físicas e emocionais.
No vídeo, divulgado pelo Camboriú News, a vendedora comenta, em tom de desabafo, a situação em que se viu após ser colocada no camburão e levada à delegacia. “Gente, aonde é que eu vim parar? Na delegacia. Estava eu lá, bem plena, vendendo minhas empadas na praia. O guarda me enfiou dentro do camburão e agora tô na delegacia e levaram minhas empadas”, disse ela, mostrando-se surpresa e indignada. A comerciante, que vendia produtos na orla, relatou que seus pertences, incluindo um cooler, foram apreendidos. Ela ainda destacou que passou um tempo algemada na delegacia, sentindo dor e incômodo devido ao uso das algemas.
Além disso, a vendedora descreveu o desconforto físico que enfrentou ao ser transportada na viatura. “Ficar dentro daquele camburão é horrível. Dirigindo rápido, socando o carro, algemada… Eu estava andando no sol, aí fiquei bem tonta, bem tonta”, relatou.
A vendedora, em tom de humor e determinação, ainda afirmou que, apesar do ocorrido, não desistirá de seu trabalho: “Eu não vou desistir do meu negócio. Quem comprou de mim na praia, comprou. Quem não comprou, fazia o que não dá pra comprar mais… Vou pra Itajaí vender, não sei o que eu vou fazer agora.”
Até o momento da publicação desta matéria, a Guarda Municipal não forneceu detalhes sobre a abordagem, a detenção ou o motivo exato para a apreensão dos produtos da vendedora.
Para nossa equipe, a vendedora informou que a abordagem ocorreu na frente do hotel Mercure. De acordo com a vendedora, uma fiscal de postura queria levar suas coisas para a prefeitura onde ela poderia retirá-las apenas na segunda-feira. Ela argumentou que até lá as empadas já teriam azedado, porém a fiscal informou que ela não poderia vender mais.
A vendedora relata que a fiscal segurou sua caixinha e tentou arrancar dos seus braços. “E eu disse pra ela que não ia deixar levar minhas coisas, então ela chamou a guarda e eles disseram que eu ia presa”.
A moça conta que vende as empadas há cerca de dois anos nas ruas de Balneário Camboriú, e que desde abril começou a vender na Praia Central. De acordo com a vendedora, ela não tem alvará, pois não existe alvará de venda de empadas na cidade.