Douglas Gonçalves Romano dos Santos, o Magrão, de 23 anos, assassinado na noite deste domingo (23) em Balneário Camboriú, foi autor de uma delação que esclareceu ao menos 60 homicídios relacionados ao comando da facção criminosa Bala na Cara, do Rio Grande do Sul. Ele estava participando do programa de proteção a testemunhas, mas pediu desligamento em janeiro deste ano.
Douglas foi atingido por diversos tiros de pistola calibre 9 milímetros, quatro atingiram a cabeça. O homicídio ocorreu na Rua Justiniano Neves, no bairro Pioneiros. De acordo com o motorista de aplicativo que deixou a vítima no local, assim que o Douglas desceu do carro, quatro homens saíram de um carro preto da marca Renault e alvejaram o passageiro.
No último dia 2, Douglas já havia sido baleado após uma festa em Camboriú. Ele chegou a ficar hospitalizado e estava, atualmente, com a perna esquerda engessada.
A DELAÇÃO
De acordo com informações do site GaúchaZH, em 2017, Douglas procurou a Polícia Civil e delatou a facção Bala na Cara, da qual foi integrante em Porto Alegre. Ex-gerente do tráfico no bairro Mario Quintana, revelou aos policiais e ao Ministério Público, detalhes sobre o funcionamento da facção e sobre sequestros e esquartejamentos. A confissão gerou, nos últimos dois anos, pelo menos 60 processos por homicídios envolvendo a facção. Foi a maior delação da história do crime organizado no Estado.