Na tarde de terça-feira, 13 de fevereiro, um incidente envolvendo o youtuber Gabriel Veller, criador do canal “Biel Turismo”, capturou a atenção do público durante um show do cantor Michel Teló em Balneário Camboriú. Biel, que se destaca por suas transmissões urbanas focadas na vida cotidiana e eventos locais, especialmente durante o Carnaval, teve sua cobertura ao vivo do evento interrompida de forma abrupta, em um episódio que levantou questões sobre direitos autorais, uso de espaço público e a interação entre criadores de conteúdo e organizações de eventos.
Segundo relatos, a equipe de produção de Michel Teló, acompanhada por coordenadores da Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú, abordou Biel enquanto este transmitia ao vivo na Praia Central, distante da concentração principal do evento. A alegação era de que o youtuber estaria fazendo pedidos de Pix, o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, durante sua transmissão. A exigência para que Biel interrompesse a transmissão e removesse o vídeo já publicado no YouTube veio acompanhada de uma pressão que o colocou em uma posição constrangedora perante seu público e os presentes no local.
A intervenção não apenas interrompeu a atividade de Biel, que se dedica a promover a cultura e o turismo local sem apoio financeiro direto, mas também levantou questões sobre a abordagem utilizada pela equipe de produção e a Secretaria de Turismo. Em vez de optar por métodos menos confrontadores, como a solicitação formal de remoção do vídeo por possíveis violações de direitos autorais através das ferramentas do YouTube, ou uma abordagem privada e profissional após o evento, a escolha por uma intervenção pública imediata expôs Biel a um constrangimento desnecessário.
A declaração do Secretário de Turismo, Thiago Velasques, que mencionou uma suposta arrecadação de fundos via Pix “dentro da avenida” e sob o trio elétrico, sem abadá, parece não se alinhar com a localização reportada de Biel durante sua transmissão, indicando possíveis desencontros de informações sobre o incidente.
Este aspecto, juntamente com a utilização de representantes da Secretaria de Turismo na abordagem, sugere uma potencial utilização desproporcional de autoridade em favor de interesses particulares, criando precedentes preocupantes para o uso do espaço público e a liberdade de expressão de criadores de conteúdo digital.