O escândalo da compra de 200 respiradores pelo Governo do Estado a preço bem acima do mercado, e o pagamento adiantado desses respiradores sem – até agora – sinal de que serão entregues, tem sido o assunto das manchetes dos jornais catarinenses e das mídias sociais.
Ao preço estratosférico de R$ 165 mil a unidade, o Governo do Estado pagou, adiantado, R$ 33 milhões a uma empresa de fundo de quintal de Nilópolis, no Rio de Janeiro. A tal empresa, que se saiba até agora, nunca vendeu um único respirador anteriormente, e, segundo vídeo divulgado pelo senador Jorginho Mello (PL), quando se liga para o telefone que é divulgado como sendo da dita cuja, atende uma casa de massagem.
O superfaturamento dos equipamentos fica evidenciado quando percebe-se que Balneário Camboriú pagou em licitação por três respiradores para o Centro Municipal de Tratamento de Covid-19, o valor de R$ 66 mil cada. Em uma rápida pesquisa em sites de empresas especializadas, o valor desse tipo de equipamento varia de R$ 50 a 90 mil.
Empresas catarinenses como a WEG, de Jaraguá do Sul, já estão ajustando sua linha de produção para fabricar respiradores. Estado que sedia grandes empresas importadoras e exportadoras que servem aos portos catarinenses, uma das soluções do Governo do Estado poderia ter sido buscar estas empresas para intermediarem a compra dos aparelhos por preços decentes.
Mas, do nada, surgiu a empresa de fundo de quintal contratada por dispensa de licitação para a compra milionária. Explicação até agora, nenhuma. Um dia após ter estourado o escândalo no site Intercept, o governador Carlos Moisés fez um pronunciamento via redes sociais dizendo que o caso seria averiguado e que inquérito na Polícia Civil havia sido aberto. Uma funcionária de baixo escalão foi responsabilizada pela compra e exonerada.
A Assembleia Legislativa abriu CPI para investigar a compra. Há menos de um mês, outro escândalo, este da contratação de um hospital de campanha para Itajaí, no super valor de R$ 76 milhões, contratação cancelada depois do pedido de explicações de órgão reguladores e da cobrança da população, demonstra um modus operandi pra lá de suspeito do Governo do estado. Isso em plena pandemia do novo Coronavírus. Uma vergonha!