Casos de pacientes com sintomas gripais explodem em Balneário Camboriú nesta primeira semana de 2022. Segundo a secretária de Saúde Leila Crocomo o Centro Covid teve um aumento de apenas 30% nos atendimentos desde o natal.
O Camboriú News vem alertando a população sobre o surto da influenza desde o dia 17 de dezembro, quando Santa Catarina havia registrado sete casos H3N2, da Influenza A. Na época, a prefeitura de Balneário Camboriú alegou que a cidade não tinha casos de influenza pois o SUS não realiza testes. Pacientes relatavam que chegavam nas unidades de saúde com sintomas gripais e, quando testavam negativo para covid-19, não recebiam suporte. Já os funcionários da saúde de Balneário Camboriú alegavam que não tinham recebido orientações sobre a influenza ou sobre a H3N2 e também diziam não saber do surtos que existem surtos de influenza pelo país.
No dia 23 de dezembro de 2021 a Secretaria de Saúde de Santa Catarina (SES/SC) emitiu um alerta para os serviços de saúde de todos os municípios catarinenses sobre a necessidade de considerarem o vírus Influenza (gripe) como agente causador de casos de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente na população de maior risco, como crianças, idosos e portadores de comorbidades. Na data, Santa Catarina tinha confirmados 56 casos de gripe, sendo que 53 ocorreram entre o fim do mês de novembro e o mês de dezembro. Deste total, foi identificado o subtipo H3N2 em 33 casos.
Em 30 de dezembro, a Secretaria de Saúde de Santa Catarina (SES/SC) por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) registrou dois óbitos por gripe no Estado. Sendo uma paciente de 12 anos confirmada para influenza A H3 residente no município de Brusque e outra de 96 anos, residente no município de Joinville com influenza A (não subtipado).
Na última segunda-feira, 03, o Hospital Municipal Ruth Cardoso, registrou ocupação máxima e unidades de saúde de Balneário Camboriú ficaram lotadas, o Centro Covid-19 realizou 146 atendimentos. Nesta terça-feira, 04, o Centro Covid está lotado.
Ainda nesta terça-feira, 04, Secretaria de Saúde de Santa Catarina (SES/SC) divulgou que investiga nove casos suspeitos de “flurona”, infecção simultânea de uma pessoa pelo coronavírus (Covid-19) e pelo vírus influenza (gripe).
Em nota divulgada pela prefeitura nesta terça, o prefeito Fabrício Oliveira publicou que a procura de pacientes com sintomas gripais foi notada pela administração publica no natal. “Desde o Natal verificamos uma ampliação significativa do número de pacientes com sintomas respiratórios que estamos enfrentando com esta readequação e melhorias na nossa estrutura de saúde. O problema vem sendo observado em todo o estado de Santa Catarina e está sendo acompanhado de perto por nós aqui em Balneário Camboriú”, pontua o prefeito.
Ainda de acordo com a nota, nesta terça-feira (04), Fabrício Oliveira, determinou horário estendido até às 22h nas unidades de saúde dos bairros das Nações, Municípios e Barra para ampliação de atendimento a pacientes com sintomas respiratórios. O prefeito determinou ainda a melhoria no acolhimento, com acompanhamento médico, na triagem desses pacientes nas filas de espera para mais rápido encaminhamento. Também determinou a ampliação do laboratório de testagem no Hospital Ruth Cardoso em novo espaço que se cria com o deslocamento do ambulatório de especialidades, que hoje funciona no hospital, para um outro espaço de saúde na Rua Suíça, no bairro das Nações.
A nota da prefeitura não fala em influenza, apenas os termos “casos gripais” e “pacientes com sintomas respiratórios” são usados.
A prefeitura também divulgou que vacina contra a gripe está disponível nas Salas de Vacinas das oito Unidades Básicas de Saúde do município. Porém quando a equipe do Camboriú News ligou (e gravou a ligação) para unidade de saúde Central na rua 1500, a atendente afirmou que a vacina não estava liberada para toda a população, mesmo insistindo muito a vacina da influenza foi negada.
Apesar da vacina contra a Gripe utilizada na Campanha de 2021 não ter a cepa H3N2 Darwin (causadora de surtos pelo mundo), a vacina tinha a cepa H3N2 A/Hong Kong/2671/2019. Com isso a vacina da Influenza previne a forma grave da doença, evitando a internação. Porém, quem estiver vacinado contra o vírus não está imune à contaminação.
Essa informação é negada pelas vacinadoras da Unidade Central. A equipe do Camboriú News presenciou pessoas desistindo de tomar a vacina pois as profissionais de saúde disseram que não adiantava tomar a vacina da influenza pois ela não protege contra essa nova gripe. “A vacina é H1N1, não vai proteger contra mais nada”, diziam elas.
Influenza
O vírus influenza é uma doença infecciosa febril aguda com maior risco de complicações em alguns grupos vulneráveis. A doença pode evoluir para formas mais graves, como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e até óbito. O período de incubação vai de 24 a 72 horas.
Medidas de prevenção
• Lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel;
• Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
• Cobrir o nariz e boca com o antebraço ao espirrar ou tossir;
• Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• Manter o uso da máscara, especialmente nos locais pouco ventilados ou em que não é possível manter o distanciamento social;
• Manter os ambientes bem ventilados;
• Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;
• Evitar sair de casa em período de transmissão da doença;
• Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados);
• Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
Grupo de risco
A diferença entre a Darwin e a covid-19 não está apenas na intensidade dos sintomas, o grupo de risco também muda. Diferente da covid-19, crianças entram para o grupo de risco dessa gripe.
Campanha de vacinação
Para a realização da 23ª Campanha Nacional de Vacinação, realizada entre os dias 14 de abril a 09 de julho de 2021, o estado distribuiu 2.757.310 doses da vacina – que nesta temporada era composta pelos vírus inativados A/Victoria/2570/2019 (H1N1) pdm09, A/Hong Kong/2671/2019 (H3N2) e B/Washington/02/2019 (linhagem B/Victoria).
Com o final da campanha, o Ministério da Saúde (MS) recomendou a continuidade da aplicação da vacina, para toda a população a partir dos 6 meses de idade, além dos grupos elencados como prioritários. Assim, a DIVE/SC encaminhou o Ofício Circular 088/DIVE/2021 reforçando o uso das doses que ainda estejam disponíveis nos estoques municipais, até o vencimento ou até a recomendação de descarte pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI)/MS. A cobertura vacinal alcançada foi de 67,5%.