Santa Catarina apresenta a melhor distribuição de renda do país e o menor percentual de pessoas abaixo da linha de pobreza, entre outros destaques positivos. Em contrapartida, sofreu piora em alguns indicadores – a própria pobreza, mesmo continuando a menor do país, aumentou.
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As informações compõem a Síntese de Indicadores Sociais 2021 – uma análise das condições de vida da população brasileira, publicada nesta sexta-feira (3) pelo IBGE.
O índice de Gini (indicador que varia de O a 1, revelando uma menor desigualdade à medida em que se aproxima de zero) catarinense caiu para 0,412 em 2020, contrastando com o do país, que caiu para 0,524. Florianópolis, porém, apresenta índice mais próximo do nacional (0,505) e é apenas a oitava melhor capital neste quesito, tendo caído cinco posições em relação a 2019.
Em Santa Catarina o rendimento médio habitual de todos os trabalhos dos 10% da população mais bem remunerada é de R$ 8.096, e o dos 40% da população com menores rendimentos, de R$ 1.113.A razão entre um e outro rendimento, 6,9 vezes, é a menor do país. Nacionalmente, os 10% mais bem remunerados têm 12,2 vezes o rendimento dos 40% de menor remuneração.
Os indicadores do mercado de trabalho catarinense continuam os melhores do país, tendo o estado em 2020, por exemplo, apresentado a menor taxa de desocupação (6,4%) e a maior parcela da população que trabalhava habitualmente ao menos 40 horas por semana (84,4%).
A taxa de formalização atingiu o maior patamar histórico: 79 de cada 100 trabalhadores catarinenses (79,4%) estavam em trabalhos formais, ante 73 no Rio Grande do Sul e 71 no Paraná.
A desocupação, no entanto, difere entre homens (5,2%) e mulheres (8,1%), e também entre pessoas brancas (5,9%) e as pretas e pardas (9,2%).
O rendimento médio real habitualmente recebido pelos homens (R$ 2.946) era, em Santa Catarina, 26,8% maior que o das mulheres (R$ 2.323). A diferença era maior em 2019 (32,1%).
Havia mais mulheres (14,2%) que homens (9,2%) na população subutilizada da força de trabalho, conceito que envolve insuficiência de horas trabalhadas, desocupação e força de trabalho potencial.
615 mil catarinenses vivem abaixo da linha da pobreza
Santa Catarina tem 8,5% dos habitantes abaixo da linha da pobreza e 1,9% abaixo da linha de pobreza extrema. Os percentuais são os menores do país, mas aumentaram, respectivamente, 0,5 e 0,4 ponto percentual em 2020 na comparação com 2019.
O estado tinha no ano passado 615,3 mil pessoas abaixo da linha da pobreza (43,2 mil a mais que em 2019) e 137,5 mil abaixo da pobreza extrema (10,7 mil a mais). Serviram de referência as linhas de pobreza e pobreza extrema do Banco Mundial (R$ 450 e R$ 155 mensais).
O rendimento domiciliar per capita catarinense foi o que apresentou menor impacto dos benefícios de programas sociais, como o auxílio emergencial. Esse rendimento teria sido 2% menor sem os benefícios, em contraste com 5,9% no caso do país como um todo. Cerca de 3 milhões de catarinenses têm rendimentos de até 1 salário mínimo, e houve redução da proporção de pessoas nas três faixas superiores de rendimento.