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Voluntárias coordenadas pelo ‘falso médico’ se sentem enganadas com pseudo-estágio

As estudantes acreditam que foram enganadas pelo "Dr. Jonathan"

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A denúncia de um “falso médico” estar atuando em ações contra o coronavírus em Balneário Camboriú – que trata-se de um estudante de medicina, que foi voluntário da secretaria de Inclusão Social e contratado posteriormente como estagiário de marketing da mesma pasta –, desencadeou novas denúncias, sobre Jonathan Henrique da Rosa Reyes ter usado estagiárias para vender máscaras em nome de sua ONG.

Porém, as estudantes acreditam que foram enganadas pelo rapaz, pois não estavam estagiando pela secretaria de Inclusão Social, como acreditavam estar, mas fazendo trabalhando voluntário para uma ONG que nem sequer possui CNPJ, logo, inapta para contratar estagiários.

O primeiro trabalho de distribuição de máscaras realizado pelas estagiárias foi em conjunto com o CRAS. Depois, conforme relatado, houve separação das equipes e Jonathan passou a coordenar cinco estagiárias para vender as máscaras, inclusive colocando metas de venda. O recurso seria revertido para a Secretaria de Inclusão Social e outras entidades.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A recomendação do estágio partiu da própria escola, NAEO Cursos. A coordenadora do curso orientou as alunas a irem na Casa da Mulher, na Rua 2850, e falar com o “Dr. Jonathan”. Segundo a denunciante, foi assinado um contrato na Casa da Mulher e, dias depois, após a separação das equipes, Jonathan pediu que elas assinassem novamente, na parte de cima da primeira folha do documento, que elas acreditam ser o mesmo contrato assinado anteriormente.

O Camboriú News teve acesso ao Termo de Compromisso de Estágio, que elas assinaram para prestar o suposto estágio não remunerado, com início datado em 23/05.

“Eu assinei um contrato na Casa da Mulher. E depois ele pegou esse mesmo contrato e fez a gente assinar de novo com o nome em cima da primeira folha. Quem ficou na equipe dele, foi assinar lá em seu prédio, na Rua 701. A segunda folha já estava assinada, foi quando assinamos na Casa da Mulher. Ele pegou o mesmo contrato e fez a gente assinar mais uma vez”, conta uma das voluntárias.

“No dia que fomos assinar novamente o contrato, ele fez uma reunião explicando sobre a ONG e que iríamos ajudar para arrecadar dinheiro e alimento para a Casa das Anas e a Casa da Mulher, e que o estágio seria reconhecido pelo MEC. Então ele entregou o contrato que eu assinei na Casa da Mulher para eu assinar novamente na primeira folha”, explica a jovem.

Elas não ficaram com uma segunda via, mas por acaso, registraram uma foto no momento da assinatura. Na folha assinada, o concedente do estágio é informado como “GR Empresa Privada”, sem CNPJ e demais informações cadastrais.

O OUTRO LADO

Questionado, Jonathan diz que a empresa trata-se da Grupo Reyes, nome fantasia da empresa de natureza jurídica Empresário (individual), que tem o seu nome como razão social, sediada em Eldorado do Sul/RS. As atividades econômicas da pessoa jurídica não contemplam a área de saúde, onde as estudantes precisariam realizar o estágio. A atividade econômica principal do CNPJ é de cobranças e informações cadastrais.

“Por não existir remuneração no contrato e pela ONG não possuir um CNPJ, o contrato foi feito em nome da minha empresa, Grupo Reyes empresa privada. As mesmas tinham ciência do fato até porque assinaram o contrato”, alegou o ex-voluntário, estagiário de marketing, estudante de medicina, empresário do ramo de cobranças e proprietário de uma ONG não formalizada.

Jonathan confirma que recebeu as técnicas de enfermagem na Casa da Mulher, mas nega ter havido qualquer contratação no primeiro contato. “Quando anunciei que iria sair das ações, avisei que estaria indo fazer ações da ONG e perguntei se alguém viria comigo, onde algumas técnicas decidiram vir. Avisei para elas que a ONG não tinha nada a ver com a prefeitura e que não possuía vínculo algum com a mesma”, se defende. Ele informou que está abrindo uma ação judicial contra quatro estagiárias que, segundo ele, estariam caluniando-lhe e difamando-lhe.

COAÇÃO

Após a publicação da denúncia sobre as estagiárias serem colocadas para vender as máscaras, elas foram coagidas através de uma ligação telefônica na manhã desta quinta-feira (09) por uma funcionária da Inclusão Social do município, que usou seu telefone particular, dizendo que a secretária Christina Barichello pagaria uma suposta multa de R$15 mil reais se a denúncia feita ao Camboriú News não fosse desmentida. Também disse que a secretária teria uma lista de nomes e que elas poderiam deixar de ter um emprego.

Christina Barichello não retornou nossas mensagens para comentar a situação.

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